quarta-feira, 26 de maio de 2010

AC Camargo Global Meeting of Translational Science

Depois de vos ter contado a minha opinião sobre São Paulo chegou a altura de vos falar um pouco sobre o congresso/curso que me levou lá. O curso foi organizado pelo Hospital AC Camargo e financiado pela FAPESP. Segundo o que me disseram concorreram mais de 300 pessoas de todo o mundo para ocupar cerca de 50 lugares. Algo importante e, julgo eu, irrepetível em qualquer outro local, é que nos pagaram todas as despesas de participação, viagem, alimentação completa, alojamento, etc.


O tema era a Ciência Translacional, a área que lida com a transferência de conhecimento da bancada dos laboratórios para a utilização clínica. Para lidar com este tema convidaram também dezenas de speakers internacionais, de áreas que variaram entre a oncologia e as neurociências. As várias sessões foram de nível muito elevado, embora, claro, algumas me dissessem mais que outras.


O congresso durou 2 semanas, como tinha dito num post anterior. Se por um lado esse factor foi responsável pelo estabelecimento de ligações fortes entre os participantes, por outro sinto que a meio da segunda semana já ninguém tinha paciência para mais seminários. Apesar de tudo acho que foi uma boa opção da parte da organização pois o grande objectivo era mesmo o estabelecimento de novas parcerias entre laboratórios.


Resumindo, foi um congresso muito completo, com muita gente interessante, seminários de elevada qualidade e muito conhecimento novo. Agora é só fazer por aproveitar o que lá aprendi.


Só para finalizar queria agradecer à organização, em especial ao Emmanuel Dias-Neto por tudo o que fizeram por nós.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

São Paulo

Já posso dizer que fui a São Paulo e sobrevivi! Até pode parecer que um grande feito mas no fundo não é. Antes de ir toda a gente dizia que aquilo é só crime, que são favelas de ponta a ponta da cidade, enfim, as maiores barbaridades. A São Paulo que eu encontrei é brilhante, arejada, limpa, evoluída, culta e alegre. Eu sei que neste momento podem estar a pensar que só andei de transfer ou táxi e que só pisei em solo seguro, daí a minha boa impressão. Pois enganam-se. Como sabem adoro andar a pé e foi isso mesmo que fiz durante estas duas semanas, quer dizer, isso e assistir ao Congresso.

sao-paulo1(http://adrianasassoon.files.wordpress.com/2009/05/sao-paulo1.jpg)

Andei por avenidas e ruas, lojas e centros comerciais, parques e jardins, de dia ou de noite e muitas vezes de mochila (com o portátil) às costas. Acredito que a cidade tem os seus perigos, tal como qualquer centro urbano, e que como tal existe crime, como é óbvio. No entanto acho totalmente injusto que se digam as barbaridades que me disseram nas semanas que antecederam a minha viagem, parece-me que muitas cidades europeias serão bem mais perigosas para turistas que S. Paulo.

Em todos esses caminhos percorridos encontrei uma cidade com um centro de arranha-céus, rodeada de zonas mais residenciais, umas mais nobres de vivendas e outras de prédios habitacionais. Uma cidade cheia de espaços verdes e árvores nos passeios que impressionam pelo porte e vivacidade, parece que lá estão há mais tempo que os seres humanos.

IMG_3336Uma cidade com um parque, o Ibirapuera, que deslumbra  e encanta pela variedade de vegetação, pela imensidão do espaço e pela vida que tem (estava cheio de gente a passear, fazer desporto, etc. IMG_3385Uma cidade cheia de cultura, com museus fabulosos como o MASP (um dos 20 melhores do mundo) ou o MAM, e livrarias que estão sempre cheias e contêm teatros onde são encenadas peças de nível altíssimo (Livraria Cultura, assisti a 2 peças de teatro lá – A Poltrona escura e A alma imoral). Como a minha amiga Sofia disse tão eloquentemente, o problema é que o Brasil vende-se mal, para fora só exportam futebol, samba e praia e deixam de fora tudo o que têm de bom no seu país.

Claro que nem tudo é lindo em S. Paulo. Num dos dias que tínhamos livre decidimos ir até à praia em Maresias, de autocarro… Tudo bem, até descobrirmos, a meio caminho, que a viagem levava 4:30h… Nessa viagem tive oportunidade de ver os arredores de S. Paulo, e ver aí as famosas favelas. Sinceramente, não são mais bonitas ou feias do que os muitos bairros de lata que ainda povoam tantos recantos do nosso país. Passada essa parte da viagem menos bonita, entrámos na Mata Atlântica, uma parede de selva densa e linda, verdejante e viçosa.

IMG_3238Foi um caminho lindo para a praia, valeu a pena o tempo dispendido. Quanto à praia, Maresias é um sítio fabuloso, uma enseada encostada entre serras, com mar batido, dado ao surf, e uns barzinhos simpáticos que servem caipirinhas em long drink… Quanto ao mar, quente como esperado, nem se dá pelo tempo passar lá dentro. Não ficámos lá muito tempo mas só saímos de lá já de noite e a água continuava óptima. A viagem de volta foi muito mais interessante, com o cansaço acabámos por adormecer e só acordar à chegada à Estação do Tietê.

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IMG_3316Resumindo, foi uma viagem marcante, uma introdução a uma cultura e um povo que eu verdadeiramente desconhecia, e que eu acredito a maior parte dos Portugueses continua a verdadeiramente desconhecer. É um unknown unknown… (quem esteve lá percebe…)

Para breve um pequeno report sobre o Curso em si.