Já posso dizer que fui a São Paulo e sobrevivi! Até pode parecer que um grande feito mas no fundo não é. Antes de ir toda a gente dizia que aquilo é só crime, que são favelas de ponta a ponta da cidade, enfim, as maiores barbaridades. A São Paulo que eu encontrei é brilhante, arejada, limpa, evoluída, culta e alegre. Eu sei que neste momento podem estar a pensar que só andei de transfer ou táxi e que só pisei em solo seguro, daí a minha boa impressão. Pois enganam-se. Como sabem adoro andar a pé e foi isso mesmo que fiz durante estas duas semanas, quer dizer, isso e assistir ao Congresso.
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Andei por avenidas e ruas, lojas e centros comerciais, parques e jardins, de dia ou de noite e muitas vezes de mochila (com o portátil) às costas. Acredito que a cidade tem os seus perigos, tal como qualquer centro urbano, e que como tal existe crime, como é óbvio. No entanto acho totalmente injusto que se digam as barbaridades que me disseram nas semanas que antecederam a minha viagem, parece-me que muitas cidades europeias serão bem mais perigosas para turistas que S. Paulo.
Em todos esses caminhos percorridos encontrei uma cidade com um centro de arranha-céus, rodeada de zonas mais residenciais, umas mais nobres de vivendas e outras de prédios habitacionais. Uma cidade cheia de espaços verdes e árvores nos passeios que impressionam pelo porte e vivacidade, parece que lá estão há mais tempo que os seres humanos.
Uma cidade com um parque, o Ibirapuera, que deslumbra e encanta pela variedade de vegetação, pela imensidão do espaço e pela vida que tem (estava cheio de gente a passear, fazer desporto, etc. Uma cidade cheia de cultura, com museus fabulosos como o MASP (um dos 20 melhores do mundo) ou o MAM, e livrarias que estão sempre cheias e contêm teatros onde são encenadas peças de nível altíssimo (Livraria Cultura, assisti a 2 peças de teatro lá – A Poltrona escura e A alma imoral). Como a minha amiga Sofia disse tão eloquentemente, o problema é que o Brasil vende-se mal, para fora só exportam futebol, samba e praia e deixam de fora tudo o que têm de bom no seu país.
Claro que nem tudo é lindo em S. Paulo. Num dos dias que tínhamos livre decidimos ir até à praia em Maresias, de autocarro… Tudo bem, até descobrirmos, a meio caminho, que a viagem levava 4:30h… Nessa viagem tive oportunidade de ver os arredores de S. Paulo, e ver aí as famosas favelas. Sinceramente, não são mais bonitas ou feias do que os muitos bairros de lata que ainda povoam tantos recantos do nosso país. Passada essa parte da viagem menos bonita, entrámos na Mata Atlântica, uma parede de selva densa e linda, verdejante e viçosa.
Foi um caminho lindo para a praia, valeu a pena o tempo dispendido. Quanto à praia, Maresias é um sítio fabuloso, uma enseada encostada entre serras, com mar batido, dado ao surf, e uns barzinhos simpáticos que servem caipirinhas em long drink… Quanto ao mar, quente como esperado, nem se dá pelo tempo passar lá dentro. Não ficámos lá muito tempo mas só saímos de lá já de noite e a água continuava óptima. A viagem de volta foi muito mais interessante, com o cansaço acabámos por adormecer e só acordar à chegada à Estação do Tietê.
Resumindo, foi uma viagem marcante, uma introdução a uma cultura e um povo que eu verdadeiramente desconhecia, e que eu acredito a maior parte dos Portugueses continua a verdadeiramente desconhecer. É um unknown unknown… (quem esteve lá percebe…)
Para breve um pequeno report sobre o Curso em si.